Na edição no. 244 da Revista Viver Brasil, foi publicado artigo de Rodrigo Godoy, intitulado “A pandemia ensina”. Abordou-se o poder atual de ação/reação da espécie humana frente a problemas de grande magnitude, como a COVID-19. De fato, quando a humanidade decide canalizar energia para solucionar problemas, o “impossível” acontece. Hoje, já temos um rol de imunizantes em utilização e uma rede de tratamento em consolidação mundo afora, que nos dão esperança de uma solução definitiva. Precisamos absorver as lições oferecidas pela pandemia e agirmos com a mesma intensidade em outros problemas sociais que se arrastam há décadas.
Em 2015, a ONU propôs um pacto global priorizando dezessete “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2030”. É um conjunto importante de problemas com o qual as lideranças não podem mais contemporizar. Um desses objetivos é a educação de qualidade. Muito antes do pacto global da ONU (na verdade, desde a década de 80), decidi me engajar no compromisso com a educação no Brasil, principalmente com a educação básica. É sabido que nossos índices educacionais são desastrosos, inclusive em comparação com outros países de menos relevância e recursos.
Compreendemos que o problema é de grande magnitude, mas suas causas são básicas e contornáveis com ações simples, mas de grande impacto. Em escolas, redes municipais e estaduais onde conseguimos implementá-las, o resultado – aqui compreendido como o nível de aprendizagem dos alunos, verdadeira razão de existir do sistema educacional – melhorou significativamente. Trabalhamos em 11 Estados, capacitamos 646 mil docentes, beneficiamos 6,2 milhões de estudantes, em 7.025 escolas públicas.
Hoje, cientes desse poder de ação da humanidade turbinado pelas tecnologias disponíveis, passamos a nos fazer a provocação de como dar ritmo exponencial à revolução que estamos promovendo na educação básica brasileira. E estamos nos estruturando para tal. A pergunta que nos fazemos, alicerçada no conceito exponencial, é a seguinte: o que é realmente necessário para sanar integralmente o problema da educação básica no Brasil? As respostas começam a aparecer.
Surpreendentemente, custa muito pouco aos cofres públicos melhorar a qualidade da educação brasileira. Na verdade, representa economia ao erário, pois, ao se organizar uma rede educacional, focando no processo ensino-aprendizagem, previne-se a repetência e a evasão escolar, o que representa um desperdício anual nos custos com a educação da ordem de 10%. Nas redes onde aplicamos nossas tecnologias, isso aconteceu, e organismos como o Banco Mundial reconheceram esse ganho. Basta ter vontade política e perseverança, atributos que faltam aos nossos governantes.
José Martins de Godoy
Presidente Executivo e Conselheiro da FDG
*Em colaboração com Rodrigo Godoy
Publicado na revista Viver Brasil, edição digital, nº 245